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Amarante, Portugal

sábado, 3 de maio de 2008

"Trémulo corpo"

Trémulo corpo, esvaído
Perdido na sombra
Abafado pelo odor da ressaca,
Pintada na epiderme,
Transpirado por gotas
De um venenoso orvalho
Fresco da manhã
Que refresca o dia
Picado por lâminas afiadas
Que cortam suavemente
Um fio fino do teu corpo …
Trémulo corpo, esmagado
Contra o muro metálico
Suavizado pelo frio
Que aquece os pensamentos
De quem enxerga
A devassidão do dia
Que nasceu para todos
E para ninguém.
Que está preso
Por correntes de elos abertos
Que marcam o corpo…
Trémulo corpo, molhado
Pelo sangue que lhe deu vida
E a fez viver
Num mundo que a amou
E que a odiou
Que a desejou
E lhe deu rosas
De pétalas negras
Que enfeitam o seu caminho
E a guiam na direcção do Inferno!
Onde o corpo gelidamente aquecido,
Emana imponente…
Trémulo corpo, silenciado
Pela notícia
De um fim de vida
Que se esfaima no horizonte
No ouvir silencioso
Dos corvos e abutres
Que dissecados pela fome
Despedaçam e deliceram
O CORPO…
Corpo trémulo…
Corpo…
Corp…
Cor…
Co…
C…


CM
Maio de 2008

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