No obscuro da noite, escondido na retaguarda de um espelho sem reflexo, invades tudo o que sou e tudo o que faço…
Penetras a barreira e não me apercebo o quanto a derrubas …
Encontras-me frágil e insistes mais um pouco… Mais uma pétala que cai, mais um passo junto de mim.
Numa guerra sangrenta que travas, buscas estancar os cortes afiados traçados no meu corpo, dilacerado pelas espadas do guerreiro das trevas, que se encontra embutido num espaço negro e impenetrável.
Picas e voltas a picar, devastas e rasgas subtilmente a selvajaria que me envolve…
Jardim negro que me rodeia, que transparece um vermelho fogoso…
Rosas vermelhas que trazem o negro da morte, que estropiam e entranham no corpo picos afiados deixando escorrer o sangue espesso, vagaroso e delicadamente subtil sob a minha velatura, delineando as curvas e marcando-as na selvajaria daquele local.
As lágrimas de água salgada esbofeteiam-me o rosto e no percorrer do seu caminho copulam com o expelir daquele tom vermelho que se dá com o encontro dos picos, e tornam-se num só… Escorrer de sangue em rolamentos vivos, mecanicamente trabalhados e subtilmente oleados com o doce líquido que broto ininterruptamente…
Ainda não cansado de me procurar na penumbra do jardim, continuas a devastar as pétalas rubis de aura negra que me envolvem…
Inesperadamente ouço-te a chamar e consigo finalmente vislumbrar uma luz radiante no meio de uma escuridão tão profunda.
Munido de uma armadura incorruptível, lá estás tu mais uma vez para me arrancar daquelas cordas de espinhos que envolvem tudo que sou e que me decepam o corpo a um leve gesto meu…
Num doce gesto lanças-me a mão e consegues agarrar-me, pegas em mim e levas-me contigo nessa luz que te envolve e que me ilumina, conseguindo cicatrizar as mais profundas feridas dos rasgos provocados por aquele jardim assombroso.
Consigo assim entrar numa nova viagem… O que será que me espera?
CM
Agosto 2008
Penetras a barreira e não me apercebo o quanto a derrubas …
Encontras-me frágil e insistes mais um pouco… Mais uma pétala que cai, mais um passo junto de mim.
Numa guerra sangrenta que travas, buscas estancar os cortes afiados traçados no meu corpo, dilacerado pelas espadas do guerreiro das trevas, que se encontra embutido num espaço negro e impenetrável.
Picas e voltas a picar, devastas e rasgas subtilmente a selvajaria que me envolve…
Jardim negro que me rodeia, que transparece um vermelho fogoso…
Rosas vermelhas que trazem o negro da morte, que estropiam e entranham no corpo picos afiados deixando escorrer o sangue espesso, vagaroso e delicadamente subtil sob a minha velatura, delineando as curvas e marcando-as na selvajaria daquele local.
As lágrimas de água salgada esbofeteiam-me o rosto e no percorrer do seu caminho copulam com o expelir daquele tom vermelho que se dá com o encontro dos picos, e tornam-se num só… Escorrer de sangue em rolamentos vivos, mecanicamente trabalhados e subtilmente oleados com o doce líquido que broto ininterruptamente…
Ainda não cansado de me procurar na penumbra do jardim, continuas a devastar as pétalas rubis de aura negra que me envolvem…
Inesperadamente ouço-te a chamar e consigo finalmente vislumbrar uma luz radiante no meio de uma escuridão tão profunda.
Munido de uma armadura incorruptível, lá estás tu mais uma vez para me arrancar daquelas cordas de espinhos que envolvem tudo que sou e que me decepam o corpo a um leve gesto meu…
Num doce gesto lanças-me a mão e consegues agarrar-me, pegas em mim e levas-me contigo nessa luz que te envolve e que me ilumina, conseguindo cicatrizar as mais profundas feridas dos rasgos provocados por aquele jardim assombroso.
Consigo assim entrar numa nova viagem… O que será que me espera?
CM
Agosto 2008