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Amarante, Portugal

terça-feira, 25 de novembro de 2008

"Símbolos Negros"

Símbolos negros que reflectem no obscuro da noite e que me talham o destino num fino fio de lã, tão leve quanto o fio da minha vida.
Vida de sete espelhos partidos, reflectidos em sete gatos pretos, numa mesa de treze lugares.
É neste local que o meu corpo se perde e se sente enclausurado e perdido. Amarrado com fios de algodão não se consegue libertar do abismo inevitável … Luta ferozmente pela vida!
Mas o reflexo daquilo que não queres ver, nem ter, aproxima-se na busca de uma dor infernal que parece cada vez mais real. Escorpião negro que finalmente mutila o corpo, matando os desejos que possuía…
O escorrimento suave e silencioso daquele fluído no chão, reflecte nos pedaços de espelho um mar vermelho de uma velha Europa, cansada do quotidiano da vida. O algodão encharcado continua a não deixar libertar-me. Esbaforida de uma luta tórrida e esmagadora o meu corpo está quase a dar de si…
Este aspecto começa-me a afectar a mente, que se vê na abertura de uma caixa silenciosa. Qual caixa de Pandora?!
Se vos dessem a chave que me deram, sete vezes ireis pedir, sete vezes ireis desejar, sete vezes ireis suplicar e sete vezes ireis implorar, que fosse Pandora.
Vida cruel e avassaladora, para que queres viva? Para que queres que seja real?
No mundo existe, a alegria e a tristeza, a noite e o dia, o branco e o preto, a luz e a escuridão, o homem e a mulher… De qual faço parte? Talvez a mulher que sou na escuridão da noite, tenha como o preto a cor da minha tristeza!
A réstia de sangue que ainda me corre nas veias, tende a secar na tua indiferença e silêncio no juízo que fazes da minha vida.
Os diamantes brilhantes e raros do teu coração, não passam de metal reles, simples e búzio que me enganou a mente e o coração todo este tempo.
Vida cruel e avassaladora, para que queres que viva?
Tudo me deste e tudo me tiraste … Qual o pecado cruel que cometi, para ser vitima de tamanha dor? …
Responde-me por favor, pois tenho a mente praticamente enlouquecida…

Continuo à espera de resposta… Mas os símbolos negros continuam a reflectir o obscuro da noite, e só a eles cabe a luz do meu destino!


CM
Novembro de 2008

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