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Amarante, Portugal

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

“Medo”

A intensidade do brilho que ofusca o horizonte nos olhos dela está plena e extremamente incandescente…
Mediante uma realidade inevitável com os pés descalços pelas tempestades da vida, ela consegue simplesmente não se lembrar que tal aconteceu.
Contrariando a rotação da terra e da vida acumula um turbilhão de sentimentos prestes a explodir …
A passagem de uma hora, de um minuto, de um segundo, fá-la não medir barreiras e aumenta-lhe o desejo que a cada milésimo que passa se torna mais insuportável. Insensatez louca que queima por dentro e camufla-se por fora…
A força de desejo e paixão presentes nela, a intensidade de possuí-lo, tê-lo dela, como há tanto tempo almeja e não consegue assumir, dilaceram-lhe as vísceras num clímax incontrolável.
O medo que a percorre e muitas vezes a vence, está sempre presente…!
A vida já lhe fez muitas feridas, ainda muito presentes… O assumir de uma nova entrega deixa-a perdida… O medo de tornar a cair é mais assustador que tudo e não a deixa avançar!
Olhá-lo,
Vê-lo,
Ouvi-lo,
Não lhe chega…

CM
Janeiro 2010

“Respira para viver”

Mil punhais afiados que estilhaçam o meu corpo e penetram cada vez mais uma carne fraca, que silenciosamente jorra sangue…
Ensanguentada, despedaçada e irreconhecível, assim me encontro no meio de uma escuridão que me avassala e me consome as entranhas e devora tudo o que resta do que sou!
Corpo mórbido, encharcado, que insiste em resistir a tamanha violência, e respira…
Respira…
Respira para te contradizer…
Respira para te ignorar…
Respira para te esquecer…
Respira para te mostrar…
Respira para te ver…
Respira para te odiar…
Respira para te dizer que não…
Que não te vê mais…
Que não te ama mais…
Que não te quer mais…
Que não lhe pertences mais…
Que não o magoarás mais…
Respira …
Respira para viver…

CM
Janeiro 2010

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