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Amarante, Portugal

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

(...)

Hoje procurei-te, e não te encontrei…
Chamei por ti, e não me respondeste …
Perguntei por ti, e não te viram …
Pedi para te chamarem, e não te conheceram …
Voltei a chamar, e não me ouviste …
Estrela magnífica, preenchedora dos meus sonhos, que irradias em volta o esplendor daquilo que és, não te escondas, deixa transparecer toda a beleza que tens e que me hipnotiza.
Onde andas luz da minha vida? Porque te escondes?
Volta, sai de onde te encontras enclausurada e amarrada para o mundo…
A tua ausência é cruel, e deita-me para a profundidade negra de uma incerteza que me atormenta e me devora a mente, deixando-me no limiar de um precipício sem fim, onde o alcance desse fim é afiadamente mortal.
Numa ânsia de te encontrar, voltei a procurar-te…
Mas, …
Voltei a não te encontrar…
Num desespero de te perder, continuei a viver de uma forma morta, morbidamente indesejável.
Tic tac… Tic tac…
O tempo passou e não te vi…
CM
Outubro de 2008

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

“Diário”

Hoje saí e vi-te!
Lá estavas tu bela e resplandecente como sempre.
O teu brilho ofuscava a escuridão e o negrume contornante do meu corpo e transmitia numa fugaz existência a paz e a harmonia que te envolve.
Em mais uma triste e rápida viagem onde as hastes agrestes do trajecto, adjacentes à linha que calco com negras esferas, se rendem à tua magnificência, contemplei a tua simples existência.
Numa súbita mudança de direcção deixei de te ver, perdi-te e tudo se fechou novamente em meu redor. Nem o mais lindo espelho de água conseguiu emanar em mim a beleza calorosa e ofuscante que tu me transmites e me despertas…
Num vislumbrar casual com o horizonte reconheci-te novamente para nunca mais querer perder-te!
Realmente esplendorosa!
Imagem de tela pintada no horizonte, que tem vida fervilhando dentro de si…
A sua movimentação no acompanhamento de uma negra folha de papel transcende o artificial que a rodeia.
Tímida e subtilmente atrevida, faz jogos de “esconde esconde” de uma forma inteligente de se mostrar.

Perde-se na névoa da noite, mas encontra-se no brilho do horizonte…
(…)

CM
Outubro de 2008

terça-feira, 14 de outubro de 2008

"Esfera cruel"

Pregada numa esfera estonteante, em permanente movimento de rotação e translação, visualizo em volta um pisca-pisca incessante, numa realidade virtual.
Brilho intenso que me devora o ser que sou e me transporta para o milagre da vida, deixando-me sempre suspensa na ponte invisível de passagem.
Mas esta é sempre interrompida pela linha divisória, que me divide o corpo e a mente numa invasão paralela ao mundo em que vivo.
Quando acordo de um mundo irrefutável, parece que me vejo despedaçada, como farrapos estilhaçados pelos cortes de uma lâmina sorridente, que vagueia e enterra no meu corpo os entalhes de uma curvatura escondida.
Vil e venenosa impregna-se em mim e devora-me. Sou simplesmente mais uma doce relíquia servida em bandeja de prata para saciar os apetites mais vorazes.
O corte é lento e minucioso, numa forma de poderem saborear e aproveitar o expelir da essência transmitida por mais uma doce e frágil vitima.
Esfera cruel, que giras e não paras!
Não paras para terminar com este sofrimento doentio e incontrolável…

CM
Outubro de 2008

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