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Amarante, Portugal

terça-feira, 14 de outubro de 2008

"Esfera cruel"

Pregada numa esfera estonteante, em permanente movimento de rotação e translação, visualizo em volta um pisca-pisca incessante, numa realidade virtual.
Brilho intenso que me devora o ser que sou e me transporta para o milagre da vida, deixando-me sempre suspensa na ponte invisível de passagem.
Mas esta é sempre interrompida pela linha divisória, que me divide o corpo e a mente numa invasão paralela ao mundo em que vivo.
Quando acordo de um mundo irrefutável, parece que me vejo despedaçada, como farrapos estilhaçados pelos cortes de uma lâmina sorridente, que vagueia e enterra no meu corpo os entalhes de uma curvatura escondida.
Vil e venenosa impregna-se em mim e devora-me. Sou simplesmente mais uma doce relíquia servida em bandeja de prata para saciar os apetites mais vorazes.
O corte é lento e minucioso, numa forma de poderem saborear e aproveitar o expelir da essência transmitida por mais uma doce e frágil vitima.
Esfera cruel, que giras e não paras!
Não paras para terminar com este sofrimento doentio e incontrolável…

CM
Outubro de 2008

1 comentário:

Anónimo disse...

"cheira-me" que este redopiar e transladar da esfera . . . e as pontes, são algumas indefinições. . . acho que continuas com a "tua" "(in)coerência".
Um bocado confuso para perceber bem, mas um bom texto.

Continua. . .

D

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