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Amarante, Portugal

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

“Todos os dias”

Por mais que a vida me afogueie e me diga que não é esse o caminho, que não devo ser tão cândida e tão milagrosamente sincera… Eu insistentemente continuo a ser imaculadamente ignóbil e estulta!

Muitas vezes somos toldados de um nevoeiro que nos cega e nos impede de ver com quem realmente lidamos… A verdade é que nunca conhecemos verdadeiramente uma pessoa, daí a busca incessante desse conhecimento, que nos motiva e nos faz almejar por mais …
É essa busca continuada, que tanto bem nos pode fazer e tão livremente nos faz sonhar, como de repente nos lança num buraco tão profundo, que não conseguimos enxergar o fundo. É assim que aquele ou aquela que idealizamos e tão docemente construímos se desmorona, destruindo sonhos, desejos, anseios e tudo de bom, que numa curta paragem no tempo conseguimos construir.
Somos acordados para uma visão negra e deprimente, que nos corrói o corpo e a alma como um gélido metal que penetra leve e docemente cada entranha dele próprio!
Somos lançados no enregeladíssimo pátio do desalento e da tristeza, abandonado sob um espesso líquido rubro, que escorre naquele espaço vigente e sombrio, próprio de quem está novamente só…
As batidas da calçada do vazio entranhando e ecoando na profundidade de uma cabeça tão ingénua e tão docemente frágil, fazem-se a ouvir a cada milésimo de segundo que friamente somos ignorados/as.
Somos simples transeuntes que acordamos todos os dias ,
Que pisamos o chão todos os dias,
Que comemos todos os dias,
Que bebemos todos os dias,
Que respiramos todos os dias,
Que enfrentamos o mundo, pelo simples facto de viver…
È nesse ideal conjunto de vida de todos nós, que tentamos procurar as diferenças, no que nos torna diferentes dos outros e o que faz com que nos sintamos envolvidos ou identificados com alguém.
Quando somos capazes de encontrar algo parecido, devemos parar e reflectir… Afinal se apareceu no nosso destino alguma razão há-de ter.

É nesta forma de ver o mundo que te vejo. Embora nesta altura não consiga explicar o porquê, tenho a certeza que surgiste para fazer parte da minha vida, não no meu presente, mas sim no meu futuro!

CM
Novembro 2009

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